Roberto Carlos e Ivete Sangalo

sábado, 12 de junho de 2010

O que você pode fazer na "entressafra amorosa"


Sim, entendemos que passear no shopping center na véspera do Dia dos Namorados, para muita gente que está sozinha, é tão aterrorizante quanto assistir à transformação da “Monga, a Mulher Gorila” quando se tem 5 anos. Algumas pessoas levam tão a sério esse dia que o CVV (Centro de Valorização da Vida) chega a receber, no Dia dos Namorados, mais ligações que as suas 80 chamadas diárias. Segundo Carlos M., voluntário há 12 anos, a solidão é o ponto de partida para todas as pessoas que telefonam para o Centro, mas neste dia, em especial, parece que ela aperta mais. “O CVV não dá conselhos. Apenas pergunta para a pessoa como ela está se sentindo naquele momento. Esta pergunta mexe na veia e ajuda. Queremos que a pessoa tenha uma visão de si mesma e perceba sua capacidade de aguentar as pressões, a solidão. Todo mundo é capaz de superar a crise, de se acalmar e refletir”, afirma.

Mas será que não está na hora de rever esse conceito do “eu-não-tenho-namorado-e-todo-mundo-tem-logo-sou-um-ET-e-não-tenho-valor?” A resposta é: sim! Para começar, você não está sozinha! Segundo as pesquisas, 25% das mulheres brasileiras não têm um homem para chamar de seu. E vamos mais além: a psicóloga junguiana Neiva Bohnenberger desconstrói o mito do “estou sozinha, logo estou só”. “Este nome - entressafra amorosa - é muito pertinente porque é mesmo um momento em que nada é abundante, o alimento falta. Por isso, é um tempo em que você pode se conhecer melhor, se descobrir, se autonutrir e entender qual o medo de ficar sozinha que a leva a buscar relacionamentos muitas vezes não produtivos e saudáveis. É somente depois de uma “entressafra” profunda que conseguimos ter relações maduras, em que compreendemos melhor os limites do que aceitamos e do que não aceitamos”, diz Neiva. Para a psicóloga, é neste período, assim como na pausa da música, que está a revelação de quem você é.

GISELA RAO

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