Roberto Carlos e Ivete Sangalo

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O que realmente acontece na cama





Por Maria Helena Matarazzo*

No reino da fantasia, não há espaço para ansiedade, medo de engravidar, falta de desejo ou dificuldade de se entregar. No mundo real, a história é bem diferente - as dificuldades existem e o prazer está intimamente ligado à capacidade de se comunicar. Tentar ser um bom amante sem isso é praticar tiro ao alvo de olhos vendados.

Num mundo sexual imaginário, nunca nada machuca, nada arranha, nada fere, ninguém fica ansioso, cansado, tem medo de engravidar. Nesse reino de imaginação, nunca nada dá errado, tudo sempre se encaixa com perfeição, ereções sempre acontecem, orgasmos são fáceis. O desejo é constante, a camisinha não atrapalha e as pessoas se entregam com a maior facilidade.

Na vida real não é bem assim. O que de fato acontece na cama tem muito pouco a ver com o que está na literatura erótica, nos manuais de sexologia, nos filmes de Hollywood.

Existem muitos livros que dizem o que se deveria estar fazendo na cama e, além do mais, existe agora até CD-room erótico. Entretanto, é muito mais importante saber o que as pessoas estão fazendo, pensando e sentindo de verdade. Será que a única coisa que conta é a quantidade? Será que menos sexo significa menos intimidade ou será que certos casais descobriram outras maneiras de manifestar sua intimidade sem precisar ter "x" orgasmos por semana? Será que o vínculo depende de quantas relações sexuais cada um está tendo ou da qualidade dessas relações? E, numa relação a dois, quando se fala sobre isso?

Como disse a sexóloga americana Helen Kaplan tentar ser um bom amante sem se comunicar é a mesma coisa que tentar aprender tiro ao alvo com uma venda nos olhos. Mas tirar essa venda significa perceber nossas expectativas sexuais reais e irreais e também poder falar sobre elas. Um homem pode sonhar com ter relações sexuais todos os dias e, de repente, descobrir que seu apetite sexual não vai além de uma ou duas vezes por semana e que seu desempenho não é tão magnífico assim. Uma mulher pode ter imaginado que bastava bater palmas e dizer "Abra-te, Sésamo" para ter uma relação.

Acontece que cada um é como é, diferente um do outro. Não gostamos todos das mesmas coisas, não queremos as mesmas coisas nem construímos as mesmas fantasias. Não. O nível de energia sexual ou de fome não segue um padrão. Por isso, é muito importante separar sexo de verdade de sexo de mentira, realidade de sonho. Fantasia é aquilo que acontece na nossa cabeça. Realidade é o que acontece em nossa cama.

Quando se pensa em sexo de verdade, se sabe que praticamente todas as pessoas tiveram, feliz ou infelizmente, alguma experiência inesquecível. Muito ou pouco sexo, bom ou mau, ou algo entre os dois extremos. De algum modo, todos escondem alguma coisa.
Cada segredo sexual é diferente do outro. O único denominador comum é que cada pessoa parece ter um. Algumas pessoas escondem sentimentos e desejos ("Sinto uma vontade inconfessável de transar com..."), outros escondem comportamentos, outros ainda mantêm segredo sobre sua biografia sexual. Um homem pode querer que ninguém saiba que ele teve uma caso, uma mulher pode não querer que seu parceiro saiba que ela está fingindo ter orgasmos e, sobretudo, ninguém quer que os outros saibam seus dilemas sexuais.

É verdade que se fazem muitas piadas e insinuações sobre o assunto, mas, mesmo quando se conversa, a maioria das pessoas faz somente alusões. Ninguém se sente muito à vontade contando seus medos, desapontamentos ou segredos sexuais. Para se proteger de uma hiperexposição, a maioria conta sua história sexual aos poucos, aos pedaços, aos sussurros.

Por quê? As pessoas se sentem vulneráveis quando falam de sexo. É difícil confessar. Por isso, umas inventam, outras se calam. Quem cresceu antes da revolução sexual dos anos 60 só se abre quando confia muito. Quem cresceu durante a revolução pode querer saber detalhes, mas por outro lado pode ter medo de perguntar.

A verdade é que ninguém tem sexo no vácuo. Cada vez que nos envolvemos numa relação, levamos conosco nossos medos, nossas fantasias, nossas experiências passadas. Mas só penetrando na realidade se penetra no outro.


* Maria Helena Matarazzo é sexóloga

VOCE SABE ESCOLHER AS AMIGAS?!






Hoje vou tratar de um tema bastante interessante: Você sabe escolher seu amigos? Suas amigas são pessoas que contribuem para a sua melhora, estagnação ou retrocesso? As pessoas com quem você convive lhe colocam para cima ou para baixo? Embora muita gente não preste atenção, é evidente que as pessoas que travam contato conosco ( familia, amigos e trabalho ) são espelho e influencia direta sobre nosso comportamento. Dai a necessidade de saber escolher bem estas pessoas... No tocante a familia, por razões naturalmente obvias... (rsrs) é impossível haver uma escolha, no que tange ao trabalho é quase o mesmo (a menos que mudemos de emprego e isso nem sempre é possível.) mas no que tange aos amigos é evidente que podemos (e devemos!) escolher bem estas pessoas. Abaixo vou elencar uma lista de possíveis amigas que tanto podem contribuir para o seu bem estar e desenvolvimento como podem lhe "puxar pra baixo", tudo isso sem que voce perceba! A amiga "Interessada" é uma delas, Existem 2 tipos de amigas interessadas... Aquelas que estão interessadas em você, e as que estão interessadas nas vantagens advindas de estar com você! Uma relação de amizade sadia se funda em admiração! Não nos tornamos amigos de quem não admiramos e respeitamos, as pessoas que vem ao nosso convivio com base nestes 2 critérios tendem a nos respeitar e valorizar, Contudo quando nós mesmos não nos respeitamos e amamos o bastante, começamos a atrair pessoas que só nós querem pela vantagem (material ou não ...) de estar conosco, são amigos que nos sugam (materialmente ou nossa energia). Um problema básico de estar com amigos 'interesseiros" é que eles tiram partido de nossa baixa autoestima, como expliquei em outro texto mais antigo, Quando estamos com baixa autoestima começamos a fazer bobagens pelo amor dos outros... você ja viu este filme! é a esposa que se "mata" por um homem que não ama... é o homem rejeitado que liga 200 vezes para a mulher que não o quer e assim por diante.
Nenhuma relação social saudável se baseia em: "DEPENDENCIA', OBRIGAÇÃO, VICIO OU NECESSIDADE, é triste constatar que muitas relações são baseadas nisso... só existem por causa de um destes 4 fatores! Isso mostra a importancia de estar com boa autoestima e ter como primeira amiga você mesma! Evite pessoas que estão com você por interesse material... é dificil fazer isso porque em geral elas pagam o que recebem de nós com 'falsos elogios' e dizendo o que exatamente o queremos escutar... o que por sua vez faz bem ao nosso ego e vicia também!Existem também os AMIGOS INDIFERENTES, pessoas que estão ao nosso lado mas não fazem diferença em nossas vidas, servem apenas como janelas abertas para ouvirem o que dizemos, mas não oferecem uma contra-resposta que nos motive de modo positivo. Muitas vezes é mais vantajoso e lucrativo para elas estar conosco do que nós com elas! Saber avaliar com discernimento quem tem uma contribuição a dar em nossas vidas e quem não faz qualquer diferença é importante, porque no futuro ( e ele sempre chega! rs ), teremos avançado ou não em decorrencia da qualidade das pessoas que aceitamos ter ao nosso lado...
AMIGOS PESSIMISTAS são outra classe de amigos que precisam ser identificados. Gente pessimista é um problema em qualquer grupo social onde estejam. A vida nem é boa, nem é ruim, a vida tem coisas boas e tem coisas ruims! (rsrs), o problema essencial do pessimista é que ele quer ver tudo pela lente do pessimismo, e contamina quem está ao seu redor... Para crescer é preciso acreditar no que se faz, e onde há pessimismo não há crescimento. Como identificar gente pessimista?! Simples: eles estão o tempo todo tentando lhe fazer desistir dos seus planos, Estão sempre mostrando o lado ruim ou defeituoso do que você faz ou vai fazer. É como se elas tivessem o poder de ir no futuro e prever por antecendencia o fracasso das coisas (rsrs), isso é tão sutil, que nos acostumamos a estar com gente assim e nos viciamos nelas sem perceber o caráter nocivo da sua presença! Se você tem amigas assim, faça o favor de dar prioridade a melhor amiga que você tem: Você mesma! Ninguem por mais amigo que se diga ser, tem o direito de matar seus sonhos planos e objetivos fingindo isso ser amizade!


Outro terrivel tipo de amigo que precisa ser evitado é o "problematico". Quando falo em problemático me refiro não as pessoas que tem problemas (rsrs)... porque todos nós temos problemas! Mas as que socializam os seus problemas! Tornam seus problemas coletivos! Vivem de trazer seus problemas a nos, e acham isso normal! São muito parecidas com os pessimistas, com a diferença que elas não tentam 'sucatear' nossos sonhos... Pior! elas trazem a nos a sua própria sucata! tem prazer em falar de seus problemas... Muitas vezes não querem no fundo que nós ajudemos a resolve-los... O seu grande barato está em ter alguem de graça para ouvi-los! Ter alguem balançando afirmartivamente a cabeça em concordancia com suas desgraças pessoais, e servindo de abrigo e consolo para as suas frustrações, tome cuidado com este tipo de amiga! As mulheres são seres naturalmente mais emotivos, e as vezes na sadia intenção de ajudar, se prendem a uma amiga problematica sem perceber! É preciso nestes casos: domar a curiosidade (mulheres são seres naturalmente bastante curiosos... rsrs ) e distinguir o que é amizade do que é mero "ouvido"... Amigas problemáticas escancaram a vida particular porque sabem que a outra amiga do outro lado é curiosa e isso vai segura-la... nisso transformam a amiga num mero ouvido "gratuito" dos seus problemas... se você não quiser perder esta amiga, é simples: Dê de volta soluções! oriente ela a buscar ajuda! não aceite ser "muro das lamentações" de quer que seja apenas por amizade... afinal a vida e os amigos não foram definitivamente feitos pra isso!



Claudio M. Silva

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mude o seu jeito de pensar !


Cogito, ergo sum é uma conclusão do filósofo e matemático francês René Descartes, que significa penso, logo existo.

Ele quis dizer que o fato de pensar assegura à mente o fato da própria existência psicológica. Em outras palavras, quando ela se dá conta de que está pensando, pode ter certeza de que existe.

Então lembre-se sempre das palavras de Gandhi, "Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas atitudes. Mantenha suas atitudes positivas porque suas atitudes tornam-se seus hábitos. Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores. Mantenha seus valores positivos porque seus valores tornam-se seus destinos".

Tenho observado que a maioria das pessoas se irrita quando algo não ocorre como planejavam ou gostariam. Às vezes isso acontece, mas a vida não precisa ser assim. Nem sempre as coisas correm como aquilo que pretendíamos, mas ficar mal humorado e tratar os outros como se eles fossem os culpados não é o correto!

Por isso se você ainda espera que algo ou alguém o salve de todos os problemas que criou em sua vida, esqueça, ninguém aparecerá para salvá-lo. O trabalho é seu, todo seu. Esse é o grande aprendizado desta era que se inicia.
Cada vez mais vejo as pessoas descarregarem nos outros aquilo que é somente culpa delas.

Isso acontece, pois nossos pensamentos têm papel fundamental na busca da qualidade de vida, diuturnamente, nosso cérebro é bombardeado por pensamentos, positivos e negativos, os quais achamos muitas vezes inofensivos. Até quando dormimos e o corpo está recuperando suas energias, continuamos pensando.

Mas o que fazer com os pensamentos negativos?Muitas pessoas não têm idéia do que fazer com eles, e assim eles permanecem na mente as assombrando. O segredo é substitui-los. Tente sempre substituir imediatamente pensamentos negativos por pensamentos positivos, como o pensamento é criativo, o que quer que acreditemos ser verdade na mente será manifestado ou criado na realidade. Lembre-se tudo começa com um simples pensamento.

Certa vez, Enrico Caruso, o grande tenor, foi assaltado pelo medo do palco. Contou que sua garganta ficou paralisada pelos espasmos causados pelo medo intenso, o qual lhe contraía os músculos da garganta. O suor começou a escorrer copiosamente pelo seu rosto. Estava envergonhado porque em poucos minutos teria de entrar em cena. No entanto, tremia de medo. E pensou: "Vão rir de mim. Não posso cantar". E, então, na presença das outras pessoas que se encontravam nos bastidores, Caruso gritou. "O Pequeno Eu quer estrangular o Grande Eu que há dentro de mim".E acrescentou para o Pequeno Eu: "Afaste-se, pois o Grande Eu quer cantar por meu intermédio", com isso afastou seu medo, estava tudo em sua mente.

Joseph Murphy em seu livro "O Poder do Subconsciente", encontrou uma maneira simples de exemplificar como funciona a mente, consciente e subconsciente. Considere-a como um jardim onde você é o jardineiro que fica plantando sementes (pensamentos) em seu subconsciente o dia inteiro. Na medida em que você semeia em seu subconsciente, terá colheitas em seu corpo, mente consciente e ambiente.

Quais são os seus pensamentos habituais? O que você está semeando em sua mente? Quem planta rosas colhe rosas, quem planta milho colhe milho, quem planta amor colhe amor, quem planta ódio colhe ódio, quem planta fracasso colhe fracasso, enfim seus pensamentos determinam sua atitude.
Aprenda a não se prender ao fatalismo, dizendo que tudo é o destino, que não adianta se esforçar. Isto é uma incompreensão das leis do pensamento. Você criou seu próprio destino pelos seus pensamentos e pelas suas ações.

O subconsciente não julga valores, mas procura a impressão que é deixada de agradável ou desagradável. Por exemplo, é mais provável repetirmos uma ação que o cérebro registrou como agradável do que repetir a que foi registrado como desagradável. É como se ficasse na nossa memória que fazer ou agir daquela forma traria um bom resultado, o que nem sempre é verdade, levando em consideração as circunstâncias.

Não estou fazendo apologia ao fato de que simplesmente o pensamento positivo irá resolver todos os seus problemas e lhe garantirá o sucesso, isso seria uma imensa irresponsabilidade. Senão bastaria deitar-se em uma rede e ter pensamentos positivos o dia inteiro que tudo se resolveria como em um passe de mágica. Isso somente acontece em filmes, na vida real, alem do pensamento temos que agir.Mexa-se. O pensamento é o ponto de partida não o de chegada.

Para você alcançar os seus objetivos é necessário ter consciência que o elemento principal é você mesmo, cultive cobranças interiores, elas são necessárias para se poder aprender mais na vida, mas não se torne refém delas. Aprenda a sentir e a valorizar as suas pequenas e grandes conquistas. Não se torne áspero somente porque as coisas não estão saindo como você deseja.Tudo tem seu tempo. Tempo de plantar, tempo de colher, cada semente tem seu tempo de maturação.

Voltaire, escritor e filósofo iluminista comparou a vida a um jogo de cartas. Os jogadores recebem um numero "x" de cartas. No entanto, uma vez com aquelas cartas em mão, somente eles é que escolhem como irão jogá-las. São eles que decidem que riscos correr e ações praticar.

Como são tantos os pensamentos que fluem em nossa mente, na maioria das vezes não nos damos conta do quanto somos invadidos por atitudes mentais destrutivas. Basta seguirmos um ínfimo pensamento negativo para desencadearmos uma série de dúvidas e frustrações! Nossos pequenos pensamentos negativos são como um vírus, que rapidamente se multiplica e cresce, contaminando assim nossas atitudes.

O pensamento é a causa e a atitude seu efeito direto. Suponha que você se proponha a fazer caminhada todos os dias nas primeiras horas da manhã.

Você, então, pode pensar como é aborrecido acordar cedo, sair da cama com sono e nas possíveis dores que a caminhada lhe proporcionará. Com este tipo de pensamento é muito provável que você nem levante da cama, enfim são auto-sabotadores. Agora, ajudaria muito pensar que durante a caminhada você poderia aproveitar para relaxar e descontrair a mente, que apesar de estar com um pouco de sono você possui muita energia física, que seus músculos vão responder bem aos treinos, que enfim terá uma oportunidade bem mais realista de chegar mais perto do seu objetivo.

Você concorda que esta maneira de pensar é bem mais eficaz do que a primeira?

Este é um exemplo do chamado pensamento positivo. A atitude mental positiva nada mais é do que enxergar o lado bom das coisas. É mudar o seu ponto de vista.

Você deve conhecer a historia do vendedor de calçados que foi enviado para a uma cidade distante e retornou justificando que não vendera nada, pois ninguém usava sapatos, já o segundo vendedor voltou eufórico com a oportunidade de vender sapatos para todo mundo naquela cidade, já que o mercado era totalmente inexplorado.

A atitude mental positiva é a maior arma que possuímos para vencer medos, cansaços, frustrações, descrenças, mentiras, etc. Ela gera atitudes positivas e atitudes positivas é tudo o que precisamos para alcançar nossas metas.

Pense nisso!



Roberto Recinella

Delícias de viver uma paixão tão curta quanto intensa...


Por Mayra Stachuk


“Nem toda grande paixão resulta em namoro — ou casamento. Algumas parecem que surgem na vida da gente para nos mostrar um caminho ou retomar outros que havíamos perdido. E, assim como vieram, vão embora, de um jeito bonito, sem dor. Mas são inesquecíveis e provocam um calor na alma só de lembrar. Tive algumas paixões fortes. Namorei, me casei duas vezes. Sou bem feliz nesse meu segundo casamento e, por sorte, fui também no primeiro. Acabou com o tempo, nos tornamos amigos. Mas aquela paixão que tive numa ilha na Grécia foi diferente. Não era pra ser um namoro nem ter qualquer compromisso. Era mesmo pra ser vivida ali, naquele cenário de sonho. Eu tinha 25 anos e ‘mochilava’ pela Europa com minha amiga francesa — lindinha, com aquela pele branca, toda charmosa. Eu estava com seis quilos a mais, me sentindo meio esquisita, sem namorado havia meses, com pouca grana e com vontade de voltar para o Brasil depois de seis meses viajando. Não sabia o que iria encontrar aqui, voltaria sem emprego, sem casa (morava com amigas que se ajeitaram quando saí). Estava meio sem rumo, sem graça.

“É uma delícia quando a gente sabe que vai durar pouco, não tem cobrança de nenhum lado”Nós duas acampávamos no alto do morro nessa praia e na areia se espalhava uma verdadeira Babilônia: alemães, ingleses, espanhóis, gregos. Almoçávamos, bebíamos, festejávamos num único bar que havia. E, numa noite, vi um deus grego, digo, alemão, numa das mesas. Era alto, moreno, olhos azuis, um sorriso que tomava conta do bar. Com a minha autoestima no pé, jamais imaginei que aquele gato iria olhar pra mim. Mas foi pra mim mesmo que o Zig, esse era o nome dele, se interessou! Sentamos na mesa, ele ofereceu uma cerveja, veio puxar assunto. Contou que tinham ido pescar, perguntou o que eu fazia, de onde eu era. Era um fofo, gentil. Disse que estudava arquitetura, mas falava mal inglês... A gente tinha de se entender meio por mímica. Não foi difícil. Eu ficaria mais uns dez dias na Grécia e minha programação era ir até Creta nesse meio tempo. Mas, nos dias que se seguiram, a atração entre mim e o Zig era como ímã. Não desgrudávamos, passeávamos de mãos dadas, viramos o casal da praia. Ele estava numa barraca com uma turma de amigos e eu numa casinha de pedra — espécie de acampamento que um vai deixando para o outro — com a minha amiga. Demorou uns dias para acontecer a primeira transa. Mas valeu esperar. Foi linda, na praia, quando todos estavam no bar. Não estávamos preocupados se alguém ia ver. Parecia que a praia era só nossa. Era uma harmonia plena. É uma delícia quando a gente sabe que vai durar só aquele momento: não tem cobrança de nenhum lado. Transamos mais algumas vezes, mas o que importava era estar junto. Claro, desencanei de ir a Creta — que não vai sair de lá e o Zig eu não saberia quando veria de novo.

Mas chegou a hora de ir embora. Minha viagem era meio programada com minha amiga e eu tinha uma passagem comprada para voltar ao Brasil — voltaria de Amsterdã. No dia da despedida foi uma choradeira geral — nós viramos uma turma, junto com os amigos dele e o resto da Babilônia.

Durante o final da longa viagem — que durou mais um mês — aquele encontro alimentou minha alma. Senti vontade de perder aqueles quilos que teimavam em ficar, voltei a olhar as vitrines e, pouco a pouco, minha autoestima começou a dar sinal de vida. Comecei a fazer planos para quando retornasse pra casa, com a sensação de que tudo daria certo (como de fato deu: consegui emprego logo, fui morar num apartamento legal em São Paulo). Eu e o Zig nos falamos mais duas vezes por telefone, mas não marcamos de nos ver de novo. Nosso encontro foi mágico e ficou naquela ilha da Grécia. E, sem dúvida, mudou algo dentro de mim. Não fosse por ele, talvez eu voltasse para o Brasil com um outro astral — e o recomeço, sem dúvida, seria bem mais difícil.”

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Como saber se você está vivendo um relacionamento sério!





Tudo o que muitas pessoas gostariam de obter, para somente então depois se comprometer realmente com alguém, é uma espécie de termo de garantia de que não iriam “quebrar a cara” e nem sofrer por terem, finalmente, decidido viver um relacionamento sério!

Louvável desejo, afinal de contas seria bem estranho se costumássemos nos arriscar à toa. No entanto, quando o assunto é amor, sentimentos e, principalmente, relacionar-se com outra pessoa, termos de garantia nunca farão parte do pacote. Ou melhor, somente produtos, máquinas e serviços são passíveis de garantias. O universo humano, não!

Estamos falando de futuro, do que está por vir. E como bem cantou Toquinho: “... o futuro é uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo nem idade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar...”. Considerando o que podemos chamar de “fazer a nossa parte”, no mais temos bem pouco controle sobre os resultados.

E assim sendo, estou certa de que um relacionamento sério não é um rótulo que se recebe depois de xis encontros ou a partir de uma determinada conversa. Mas sim no exercício de se relacionar, dia após dia, um de cada vez. Ou seja, são as nossas atitudes diárias, ou ainda mais pontualmente, é aquilo que fazemos agora, neste exato momento, que determina a seriedade com que vivemos.

Qualquer qualidade referente ao que vivemos se dá na construção da própria vida. Da mesma forma, na construção dos relacionamentos. E isso implica em desenvolver a capacidade de ir percebendo, a cada acontecimento, se temos de falar mais ou ouvir mais, de ceder mais ou se impor mais, de conversar ou de calar. Enfim, a melhor medida, num relacionamento sério, é aquela decorrente de uma consulta honesta e justa ao nosso coração e ao nosso bom-senso, em cada circunstância.

Portanto, além de não oferecer garantias, a vida também não oferece manual de instruções. Mas felizmente, oferece condições para que cada um de nós, a partir da consciência do que queremos e do que sentimos, possamos nos rever e voltar atrás e recomeçar sempre que julgarmos necessário.

Se o que você pretende é viver de fato um relacionamento sério, o que mais pode lhe conduzir a isso é a expressão desse desejo, sem se deixar engessar, é claro. Ter claro para si o que você quer é fundamental, mas considere também que a vida é uma caixinha de surpresas e que isso pode ser maravilhoso. Flexibilidade, espontaneidade e autoconhecimento são os segredos!

No final das contas, deixe rolar, siga o fluxo e vá fazendo pequenos ajustes para que suas intenções estejam sempre em sintonia com suas ações e escolhas. E quando menos esperar, o relacionamento sério dará os primeiros sinais de estar nascendo. A partir daí, sem descuidar do essencial, restará a você mostrar o seu melhor, sabendo-se merecedor do que tanto desejou...


Este artigo foi escrito por:
Dra. Rosana Braga

Tocando em frente!!!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Olhar tuas fotos e querer ter te conhecido sempre!

Ser ou não ser de ninguém?



Eis a questão da geração tribalista
por Mônica Montone

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.

Beijar na boca é bom? Claro que é! Manter-se sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de cultivar a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?

A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.

Já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem (na maioria das vezes) a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.

Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

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Tristeza permitida!


Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que normalmente faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair para compras e reuniões - se eu disser que foi assim, o que você me diz?


Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer "te anima" e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.


Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém.
Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.


A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito mais séria, contínua e complexa.


Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente - as razões têm essa mania de serem discretas.


"Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu ando tão down..." Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara.


"Não quero te ver triste assim", sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.


Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor - até que venha a próxima, normais que somos.


(Trecho do Livro Doidas e Santas de Martha Medeiros

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Infinito particular!!

NORMOSE




Martha Medeiros



Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal. Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento. A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Sexo: o que os homens e as mulheres querem?


Sexo é, sem dúvida alguma, um dos assuntos que mais despertam o interesse das pessoas. Se fizermos uma rápida busca pela palavra na Internet, nos depararemos com quase 65 milhões de resultados, isso apenas na língua portuguesa. Vídeos de sexo, notícias sobre sexo, dicas sobre sexo, informações científicas sobre sexo... Tudo isso indica que as pessoas estão muito interessadas no tema.

Embora esteja diretamente associado ao prazer, o sexo frequentemente é fonte de desentendimentos. Esses desentendimentos costumam ser bastante relatados nas mensagens que recebemos no Seja+. Em sua grande maioria, trata-se de mensagens mulheres que se queixam de homens que “só querem sexo”. Para estas mulheres, a proposta, deles, de ter relações sexuais no primeiro encontro (ou em um dos encontros iniciais) é interpretada como falta de interesse em um relacionamento sério. Em seu pensamento, se eles querem fazer sexo, é porque não querem ter um compromisso. Será?

Usando a expressão da escritora Thalita Rebouças, homens e mulheres são “feitos de tipos de massinha diferentes”. Isso não significa, no entanto, que os dois gêneros sejam completamente diferentes e que o entendimento entre ambos não seja possível. Significa apenas que homens e mulheres têm maneiras distintas de pensar diferentes assuntos, sendo o sexo um destes. Aproveito e faço uma ressalva importante: quando me refiro a “homens” ou a “mulheres”, evidentemente estou fazendo generalizações. Não quero sugerir que todos os homens ou todas as mulheres pensem da forma X ou Y. As pessoas são diferentes e têm modos diversos de pensar, independentemente de seu gênero. Acontece, no entanto, que estamos inseridos dentro de uma mesma cultura, em que homens e mulheres têm determinados papéis, e por isso a cada gênero são ensinados certos tipos de valores.

Feita a ressalva, voltemos ao nosso assunto. Homens e mulheres têm modos distintos de pensar o sexo e de lidar com ele. Mas se os pensamentos são tão diferentes, como pensam homens e mulheres sobre o sexo? Vejamos.

As mulheres e o sexo Em geral, para a mulher, o sexo está atrelado ao sentimento. Para ter relações sexuais com um homem, é preciso sentir algo por ele, ter algum envolvimento, ter ao menos iniciado algum tipo de relacionamento mais sério. Para muitas mulheres, fazer sexo é dar um passo além em uma relação, torná-la mais profunda. Por esta razão muitas preferem não ter relações sexuais em um primeiro encontro. Se não conhecem bem o homem com quem estão saindo, não parecem ter um bom motivo para fazer sexo com ele.

Os homens e o sexo Para os homens, a coisa não se passa bem assim. Outro dia ouvi uma frase que tem muito a ver com o assunto e que faz todo sentido: “mulheres conhecem melhor e então fazem sexo. Homens fazem sexo para conhecer melhor”. Ou seja, o caminho é diferente, mas o fim é o mesmo. Grande parte dos homens não associa sexo a sentimento como as mulheres. Isso não significa que o sexo deles seja desprovido de sentimento, de modo algum. A questão é que eles não consideram o sentimento como um “pré-requisito” para fazerem sexo como muitas mulheres consideram. Para eles, o “pré-requisito” é desejar ter prazer, prazer este que pode levar ou não a um relacionamento mais sério.

O que fazer com as diferenças? Entendidas, em linhas bem gerais, as diferenças básicas entre o pensamento masculino e o feminino sobre o sexo, fica a dúvida: o que fazer para chegar a um entendimento? Para haver entendimento, é preciso que ambos os lados desejem se entender. E se entender não é equivalente a pensar igual. Vejo que a coisa se complica quando homens acham que mulheres devem pensar como eles, e vice-versa. Um lado pode até entender o do outro, o que não significa que o modo de enxergar essa ou qualquer outra questão vá necessariamente se modificar. Assim sendo, minha sugestão, para homens e mulheres, é que tentem ao menos entender o modo de o outro de pensar. Quando me refiro a entender, quero dizer que é preciso se colocar no lugar da outra pessoa e tentar se aproximar do modo como ela percebe o sexo. Não se trata, portanto, de julgar o outro de acordo com seus próprios parâmetros, pois esse seria um julgamento preconceituoso. Fora essa sugestão mais geral, tenho ainda outras específicas a cada gênero. Vamos a elas.

Para os homens Tenham a consciência de que, quando disserem ou insinuarem que desejam ter relações sexuais nos encontros iniciais, vocês podem ser interpretados pelas mulheres como pessoas interessadas apenas em sexo. Se a intenção for essa mesmo, não há nada a fazer. Caso contrário, é preciso ter sutileza e demonstrar, de todas as formas possíveis, que você não deseja somente uma transa e nada mais. É importante mostrar também que sexo não é sinônimo de falta de respeito e que você a respeitará caso ela queira e caso não queira ter relações. Obviamente nada disso deve ser mostrado ou dito apenas da boca para fora, sem que suas ações correspondam ao que você expressa.

Para as mulheres O fato de os homens não atrelarem sexo a sentimento não quer dizer que eles sejam todos uns insensíveis, interesseiros ou tarados. Pelo contrário, eles podem ser extremamente carinhosos, sensíveis e respeitosos na hora do sexo, que pode até dar origem a um relacionamento. Se eles querem ter relações sexuais nos encontros iniciais, isso não significa nem que eles querem apenas sexo e nem que o sexo vai fazer com que eles queiram se casar. Nem um extremo, nem outro. Uma coisa importante, de que muitas mulheres se esquecem, é que sexo faz parte da relação entre duas pessoas. Não é, portanto, um mero “acessório”. Por isso, é importante saber se há afinidade na cama. Afinal de contas, de que adiante estar apaixonada se, no sexo não há sintonia? Sendo assim, Sugiro que tentem não tratar o assunto como um tabu ou como algo secundário.

Finalmente... Dito tudo isso, espero que todas essas ideias que apresentei aqui sirvam para que homens e mulheres possam refletir sobre sua própria maneira de perceber o sexo e de lidar com ele na prática. Espero que se lembrem de tudo isso quando fizerem contatos no site e também nos encontros que marcarem. Boa sorte a todos e todas!

Dra. Mariana Santiago de Matos

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Feliz Aniversário!

Como voltar a confiar depois de uma traição?


Recomeçar é sempre um caminho difícil, exige esforço, coragem e, na maioria das vezes, muita força. Quando acontece o término de uma relação normalmente vem junto um sentimento de exaustão emocional, cansaço após uma partida perdida. Muitos não se imaginam refazendo todo o processo de estar solteiro, conhecer alguém novo, se tornar íntimo, construir. Tudo isso se torna ainda mais difícil quando o término ocorreu em razão de uma traição já que a frustração e a dor podem ser bem maiores.

Todo final nos convida a um tempo de elaboração e reflexão, um tempo importante e necessário de recolhimento a fim de se entrar em contato com sentimentos, reavaliá-los e reorganizá-los.

A traição, quase sempre, balança profundamente as estruturas daquele que apostava na relação. Apesar de muitas vezes ser anunciada ela é sempre uma horrível surpresa e ninguém nunca, jamais, espera-se passar por isso. Aquele que foi traído sofre com a perda do que há de mais importante na relação, a confiança, correndo ainda um enorme risco de sofrer a perda da confiança em si mesmo, no seu potencial, no seu valor.

Questões que ficam após o fim de uma relação são, como confiar em um novo amor, como ter coragem suficiente para apostar numa nova relação? Como voltar, acima de tudo, a confiar em si mesmo? E a acreditar que essa história não precisa se repetir no namoro seguinte?

Antes de mais nada, é importante ter em mente que cada relação é uma e sendo assim terão caminhos próprios. Parece algo simples, mas para aquele sofreu é uma das ações mais difíceis, pois muitas vezes há uma tendência natural a pensar que tudo se repetirá. Geralmente, aquele que pensa assim sofreu um abalo tão profundo que passa a desconfiar não apenas do outro mas de sua própria capacidade em ser feliz e ter alguém legal ao seu lado.

Um outro passo é buscar entender o que pode ter levado a essa situação. Nenhuma justificativa torna correta uma traição, mas ainda assim ela tem um sentido dentro daquela relação e podem ser os mais variados. Quando escrevi lá em cima que algumas vezes ela pode ser anunciada as razões podem ser imaturidade, desgaste da relação, dificuldade de comunicação ou até um chamado de atenção. Buscar compreender minimamente o que aconteceu ajuda a lidar melhor com o desafio de superar. Não reduz a dor, não diminui o que se sente, mas oferece uma certa clareza para compreender o que aconteceu.

O fundamental é considerar que a culpa pela traição não é de quem a sofreu, e que foi uma escolha do outro seguir por esse caminho. Nada tem a ver com se ter errado, não ter sido bom companheiro o suficiente, não ter correspondido às expectativas, não ser bonito, legal ou interessante. Foi o outro que por não saber lidar com suas próprias questões, conflitos e dificuldades optou por trair acreditando que essa poderia ser uma solução, uma fuga. Nunca é e nunca será. Até encontramos casais que apesar da traição conseguem se refazer, superar a crise e seguir adiante, acontece com casais que desejam firmemente estar juntos e buscam juntos lidar com a dor assim como encarar as dificuldades. Já outros não conseguem se refazer, mas usam essa situação para rever a relação e reavaliar se realmente desejam estar juntos, enquanto outros perdem para sempre o companheiro. De toda a forma é uma escolha muito arriscada já que se fere profundamente quem está ao lado enquanto existiriam outras formas de admitir os conflitos na relação e tentar arrumá-los ou ao contrário, chegar ao fim, mas sem um trauma tão grande.

Por mais desafiador ou difícil que seja é importante apostar na próxima relação, acreditar que o outro está ao seu lado porque te ama, admira, valoriza e deseja construir algo bom, caso contrário porque estaria com você? Sempre digo o quanto é importante um tempo de recolhimento ao fim de uma relação, justamente para não arrastar seus conflitos para dentro de uma nova construção. Se conseguir se oferecer esse tempo, avaliar que a culpa não foi sua pela escolha errada do anterior e que o atual companheiro está com você por escolha e desejo próprios, será mais fácil voltar a confiar no outro e no seu direito de ter um saudável e novo amor.

Fechando com algumas palavras de Clarice Lispector "Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente." (em Aprendendo a viver). Apesar da dor sentida , se deve apostar na alegria que uma nova relação pode lhe trazer!

Dra. Juliana Amaral
Psicóloga

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Em busca da pessoa certa!


Como saber se é a pessoa certa? Essa talvez seja a pergunta para a qual todos busquem uma resposta. Valeria muito se pudesse ser simples e facilmente respondida, não há como, precisa ser vivida, sentida. De toda forma é possível passar por alguns pontos que os ajudem a pensar e refletir e para que possam, por fim, concluírem suas próprias respostas.

O primeiro encontro já nos diz muito, sinaliza caminhos importantes. É importante haver química, sintonia, empatia e apesar de ser ainda início, se sentir confortável junto àquela pessoa é fundamental. O curioso é que alguns inícios podem ser um pouco atrapalhados, confusos, mas se como pano de fundo houver o prazer de estar junto, já terá valido. Outros inícios são fáceis, simples, sem dúvidas e tudo flui muito naturalmente entre a dupla.

No caso dos relacionamentos que se iniciem no site, existe uma etapa que precede o primeiro encontro e nela um esboço de relação já acontece, mais simplificada já que é ainda um recorte de um e de outro, mas já nesse cenário é importante que haja um entrosamento das personalidades e características de cada um. O encontro fora do site irá confirmar ou não as impressões vividas anteriormente e ainda trazer novas e valiosas informações a respeito dos dois.

Logo no início do relacionamento cada um da dupla é convidado a abrir mão dos ideais construídos ao longo da vida. Quase todos carregam um modelo de namoro, um ideal de relacionamento que ao contrário de contribuir termina, na maioria das vezes, inviabilizando o que ainda mal começou. São pessoas, e muitas são assim, sonhadoras, idealistas demais e presas a muitos padrões, umas por funcionarem ainda dentro de um modelo infantil buscam seu príncepe ou sua princesa, outros por medo se protegem nesses sonhos e se fecham a qualquer novidade.

Para resumir, claro que existem perfis com os quais você se identifica e outros com os quais você não tem absolutamente nada a ver, mas dentro daqueles que lhe interessam ainda assim existirão enormes variações de acordo com o mundo subjetivo de cada um, então esteja aberto à elas. Se deixar apresentar, abrir espaço para conhecer o outro, atitudes fundamentais. Você só saberá se essa pessoa pode ser certa para você se verdadeiramente buscarem se conhecer e deixarem de lado seus rígidos padrões. O erro de que a pessoa certa é aquela sonhada, imaginada e idealizada é cometido por muitos. Agindo assim o que geralmente acontece é um sucessão de frustrações porque ninguém nunca irá se encaixar num molde pré-definido.

Um outro ponto que gosto de apontar é sobre a pessoa certa para aquele momento em que se vive. É preciso que estejam em sintonia, num mesmo ritmo, mesmos objetivos. Parece uma idéia simples, mas que se não é considerada pode levar a muitos desencontros. Se o casal conseguir trabalhar essas diferenças, será ótimo para os dois, mas aqueles que não conseguem abrir mão de alguns pontos naquele momento da vida dificilmente conseguirão estar dedicados e disponíveis para o namoro. Claro que isso não é avaliado racionalmente, quando se gosta simplesmente se gosta, mas observe se estão ajustados em aspectos que lhe sejam importantes e se estão felizes da forma como vivem.

Por último me lembrei das perguntas que recebo e trago uma para exemplificar, segue: "As minhas dúvidas : será que está sendo verdadeiro? como posso saber que não está procurando ainda outros perfis depois que me conheceu? e o que faço: continuo a enviar outros e-mails? e se ele for a pessoa certa? se ver que continuo a buscar outros perfis, mesmo demonstrando que sinto bem, quando converso com ele? será que isso não o afastaria de mim? gostaria muito que fosse a pessoa que procuro."

Busca-se na vida certezas e garantias que nem o melhor dos terapeutas poderá oferecer. Escolher uma pessoa é acima de tudo arriscar, apostar, sem nenhuma certeza do que virá. É necessário sentir, acreditar e respeitar a intuição, ter o sentimento agradável de se estar junto. Todos gostaríamos de nos sentir seguros e protegidos, mas viver requer uma certa dose de insegurança e incerteza.

Ao longo do relacionamento muito será vivido e experimentado e saber se essa é a pessoa certa para você não será algo categórico e definido por uma única e eterna vez. Será um sentimento confirmado dia a dia, na convivência, nos atos, nos gestos, nas palavras, nos sonhos, nos objetivos, nos planos. Uma confirmação diária de que aquela é a pessoa que se ama e por quem se é amado apesar das dificuldades, com quem se constrói apesar de alguns desencontros, com quem se enriquece, com quem se visualiza e planeja o futuro, com quem se troca. A pessoa certa carrega em si algo complexo que não pode ser definido em uma única resposta, precisa ser sentido, construído junto. A pessoa certa é acima de tudo aquela que se torna certa dia a dia, tempo a tempo, ano a ano.

Dra Juliana Amaral

Faça o possível, isso já é muito!


Eu sempre fui de admirar pessoas que conseguem fazer coisas que acabam por transformar o mundo. Seja um escritor, um artista plástico, um músico, um professor, um esportista...

Aquelas pessoas que parecem ter algo de especial, um brilho, uma espécie de magia impossível de passar despercebida.

O que seria de nosso mundo sem a beleza? Sem aquelas coisas que nos tocam a alma, sem a inspiração que recebemos daqueles que mergulham dentro de si mesmos e saem de lá com um tesouro em mãos, esse tesouro que compartilham conosco, amenizando a secura de nossas vidas?

Pensando nisso, me ocorreu escrever e dizer a você, que me lê neste exato momento, que, assim como aquelas pessoas iluminadas que você tanto admira, existe, agora mesmo, um tesouro esperando para ser descoberto.

Onde? No seu íntimo!

Não é preciso ter nome famoso, a esperteza da raposa dourada ou a pena sagrada de uma rara espécie de pavão para que você faça diferença neste mundo. Cada um de nós tem algo muito precioso e especial a compartilhar com a humanidade. Acredite, você também!

Muitas vezes desqualificamos a nós mesmos, como se fosse necessário ser uma espécie de semideus para criar algo de significativo. Não é verdade!

Todas as pessoas que você admira, famosas ou não, são apenas... humanas. Não há nada nelas que não exista em você. A não ser, talvez, a coragem de arriscar. A leveza de se lançar, de brincar, de expressar a si mesma.

Se você esperar atingir a perfeição para só então revelar seu potencial, talvez acabe por perder a chance de manifestar a beleza do seu ser. Seria um desperdício! Não é preciso ser perfeito para tornar o mundo um lugar melhor, acredite.

Você pode não entender nada de jardinagem, mas se escolher um pedacinho de uma praça e se permitir acreditar que pode tornar aquele lugar melhor, eu estou certa de que conseguirá. Basta arrancar as ervas daninhas, regar a terra, plantar algumas sementinhas, um pouco da sua sensibilidade com certeza já fará daquele cantinho um lugar mais agradável e acolhedor. Não precisa ser um jardim perfeito, com a perfeita escolha de cada planta, com a adubação perfeita. Basta que derrame sobre aquele pedaço de terra seu carinho, sua atenção.

Isso vale para muitas coisas. Não importa para onde decida ir, vá inteiro e sem medo. Em cada relação, em cada escolha, em cada tentativa de sua vida, faça o seu melhor. Dedique-se, regue sua vida com delicadeza, acredite em si mesmo. Faça o possível, isso já é muito.

Coisas maravilhosas acontecem quando nos esquecemos que somos apenas meros mortais condenados à mediocridade de uma vida limitada, repetitiva e tediosa. Arrisque sonhar! Pense nisso: talvez você seja um ser maravilhoso, dotado das mais incríveis capacidades à espera de serem descobertas. Talvez você seja mais do que já tenha sequer imaginado. Talvez o mundo esteja à sua espera.

Patricia Gebrim

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quem busca um amor perfeito não tem maturidade!



Se antes as pessoas suportavam coisas demais em nome do amor, até mais do que deveriam, mais do que seria saudável; hoje nada suportam. Basta uma palavra aparentemente inadequada ou mal colocada, um gesto mal cuidado, um erro, uma roupa desencontrada, um sapato mais brilhante do que supostamente deveria ser, e o outro já é descartado. Não se aceita nada menos do que a perfeição.

Para desistirmos de alguém basta perceber que esse alguém é de carne e osso e que, além de alegria, sente também tristeza ; basta descobrir que o outro, como qualquer ser humano, tem problemas, dificuldades, se afastando do ideal de perfeição tão cuidadosamente traçado. Hoje em dia descartamos as pessoas como se faz com brinquedos estragados em uma linha de produção.

Queremos que tudo seja rápido e absolutamente perfeito. Não há mais espaço para a conquista sadia, para o caminho de conhecimento mútuo que acontece aos poucos, para a parceria, para a construção conjunta. Queremos o produto acabado e sem defeitos. Não há espaço para que o amor possa acontecer. As avaliações são superficiais, afinal não temos tempo a perder.

- Ou serve ou não serve!

E se achamos, após algumas horas e um tanto de impressões superficiais, que aquela pessoa não serve, a jogamos fora, como fazemos com os arquivos da lixeira de nosso computador. Apertamos a tecla” Del” e seguimos em frente sem nem mesmo olhar para trás, muitas vezes deixando um rastro desastroso por nosso caminho.
Não é de se estranhar ver tanta gente sozinha.

Cada vez mais aumenta o número de pessoas insatisfeitas no amor. São homens e mulheres, em sua maioria gente bacana, tentando encontrar alguém com quem possam compartilhar o que tem de melhor. Mas, como uma ironia do destino, mesmo quando duas pessoas bacanas se encontram, acabam não tendo tempo de perceber isso. Estragam as coisas antes mesmo que as coisas tenham tempo de existir. A pressa, a ansiedade, a falta de paciência, são como uma foice, cortando o brotinho que ingenuamente se dispunha a crescer.

Por que fazemos isso?

Creio que nunca estivemos tão assustados como agora. Temos medo. Não apenas do outro, mas temos medo de nós mesmos, medo de não sermos capazes de atingir a perfeição autoexigida. Temos medo de que, ao entrarmos em um relacionamento, enxerguemos no outro (que é como um espelho gigante) , as nossas próprias imperfeições. E para não quebrarmos essa ilusão de que somos perfeitos, nos mantemos longe dos espelhos, longe dos relacionamentos.

É preferível acreditar que o problema está no outro. É o outro que está gordo demais, ou é inteligente de menos, ou usa roupas feias, ou cheira a mel estragado, ou sei lá o que mais formos capazes de inventar. Tudo para nos afastar da possibilidade de olhar para nossas próprias falhas e feridas.

Se o amor não é perfeito, muito menos somos nós.

Só quando aceitarmos a nós mesmos exatamente como somos, essa linda somatória de qualidades e defeitos, seremos capazes de abrir nosso coração para uma pessoa de verdade, de carne e osso, dessas que nem sempre combinam com as páginas de revistas ou personagens românticos de filmes e novelas.

Enquanto isso, continuamos trancados, fechados para o amor, atropelando as pessoas bacanas que tanto queremos encontrar, sem nem mesmo perceber a nossa responsabilidade no rastro de destroços que deixamos para trás



por Patricia Gebrim

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Escolhas que fazemos e a Vida que escolhemos!


"Você precisa escolher cautelosamente suas combinações. As escolhas certas irão valorizar o seu trabalho. As escolhas erradas irão apagar as cores e esconder sua beleza original. Não existem regras a serem seguidas. Você precisa seguir seus instintos e você precisa ser corajoso."

(Livre tradução da fala original do filme "How to make an American Quilt")

Escolhi começar com essa frase tirada de um filme que fez bastante sucesso no ano de 1995. A história de uma moça estudante de mestrado, prestes a casar e construindo um apartamento com seu noivo. Para conseguir terminar sua tese de mestrado ela viaja para a casa de sua avó no interior dos Estados Unidos e vive inúmeras experiências que produzirão mudanças e transformações em sua vida. Conhece um rapaz com quem se envolve, sente dúvidas e conflitos. Paralelamente, se relaciona com as amigas de sua avó que se juntam todos os dias costurando uma "colcha de retalhos" (o american quilt) para lhe dar como presente de casamento. Para este belo e significativo presente (algo típico e cultural americano), a proposta é que cada uma das amigas conte algum detalhe de sua vida e esse detalhe estará marcado na colcha. Uma a uma elas compartilham suas vidas, dores e alegrias, passado e planos e assim tecem o presente e a trama do filme.

Assim, como na colcha produzida com a história de cada personagem, nossa vida também será tecida em meio as nossas escolhas e cada escolha nos levará a caminhos e desfechos variados.

Desde cedo, a vida nos coloca frente a situações de decisões, algumas fáceis e outras nem tanto, cada vez mais complexas à medida que crescemos e amadurecemos. Passamos a vida praticando com nossas escolhas e caminhando por elas e entre erros e acertos percebemos o quanto precisamos cuidar para que sejam saudáveis a fim de que tenhamos uma vida igualmente saudável. As escolhas estão em todas as áreas da vida, acadêmica, profissional, relacional. Todas elas exigem de tempos em tempos que mudanças, alterações ou adaptações aconteçam e para isso buscamos novas combinações.

Como o assunto aqui são as relações, vamos pensar como cada um pode melhorar para compor sua "colcha afetiva". Como algumas vezes dito, o mundo externo de cada um será um reflexo direto do que se passa dentro, quanto melhor e mais saudável, melhor será a vida. Nas relações é o que também acontece, cada par que escolhemos será uma nova combinação, cada uma delas despertará diferentes características em variadas intensidades. Algumas combinações são boas, saudáveis, interessantes e enriquecedoras, isso não significa que tenha que durar para sempre, pode ser passageira ou eterna, mas o que sobressai é o saldo positivo, as boas recordações, boas experiências, trocas importantes, tudo que se aprendeu e cresceu. Por outro lado existem aquelas combinações que fazem sobressair o que há de pior em cada um, potencializa os defeitos, gera sofrimento, empobrece. Como temos o livre arbítrio do caminho que queremos seguir e daqueles que queremos ao nosso lado é fundamental sabermos fazer boas escolhas.

Ao invés de se queixar como eterna vítima, é preciso que cada um se saiba autor de sua própria vida, assuma que suas decisões irão interferir no seu destino e que este não está previamente traçado e sim sendo composto dentro do tempo e de cada passo. Como na frase retirada do filme, as regras nem sempre existirão, e portanto é preciso apostar em cada decisão. Não está pré determinado com qual perfil de parceiro combinamos mais, claro que dentro das características pessoais de cada um algumas personalidades atrairão mais do que outras, mas ainda assim existem imensas variações dentro do mesmo tema.

Uma parte da vida não controlamos, não sabemos como será, surpresas acontecem o tempo inteiro. Entretanto, temos muito mais escolhas do que costumamos aproveitar. Muitos deixam o barco correr e quando não gostam do destino se queixam que nunca chegam aonde querem, poderiam lá trás ter decidido qual caminho tomar antes de começar a jornada. Outros tantos se acomodam ainda que a vida esteja sem graça e desinteressante e igualmente se queixam do ponto onde estão. Enfim, está ao alcance de cada um tornar a vida mais colorida, mais interessante, mais rica, basta que se aproprie dela. A história é sua, os retalhos são seus, as combinações são livres, precisam apenas que sejam bem feitas!

Juliana Amaral. Dra

O Poder da Gentileza !




Buscamos cada vez mais a interatividade, por meio do avanço tecnológico e do desenvolvimento da civilização. Passamos o dia inteiro conectados a pessoas das mais variadas localidades, somos capazes de estabelecer contato com praticamente todos os cantos do planeta, a hora que quisermos. Porém, as relações interpessoais próximas parecem cada vez mais superficiais, e, seguindo por este caminho, da distância e indiferença, palavras como cortesia, empatia e amabilidade parecem mais além da nossa realidade, dia após dia.

Afinal, será que a vida moderna dificulta relações com gentileza, ou é possível ser uma pessoa ocupada, sem abrir mão da delicadeza no trato com o outro? Como ser gentil enquanto enfrentamos o trânsito caótico das grandes cidades e o dia-a-dia tão cheio de tarefas e obrigações? São tantos os motivos que podemos facilmente nos convencer de que a falta de cuidado com o próximo não é nossa culpa, assim como a forma como somos tratados. Estamos acostumados a ver a agressividade exaltada, considerada um meio indispensável para o sucesso, é elogiado o homem forte, o executivo agressivo, duro e arrogante. Será que essas atitudes conquistam a confiança alheia e o sucesso duradouro?

O que acabamos esquecendo é que, antes de tudo, o ato de ser gentil beneficia, mais do que a qualquer outro, a nós mesmos. Uma teoria publicada pelo professor Sam Bowles, do Instituto Santa Fé (EUA), chamada de “sobrevivência do mais gentil”, afirma que a espécie humana sobreviveu graças à gentileza. Segundo Bowles, os grupos altruístas cooperam e colaboram mais para o bem-estar do próximo e da comunidade, a fim de garantir a sobrevivência. Outro estudo, realizado pela professora Sonja Lyubomirsky, da Universidade da Califórnia, demonstrou também que a gentileza pode nos deixar mais felizes. Ela pediu a um grupo que praticasse atitudes gentis durante dez semanas, e verificou que a felicidade aumentou consideravelmente no período do estudo.

Gentileza significa uma boa educação emocional, aprendida e desenvolvida em todos os ambientes que convivemos. É o bom tratamento, uma qualidade ou caráter de alguém nobre, generoso, que ajuda a manter e fortalecer os laços entre as pessoas. As pesquisas nos mostram que ser gentil tem uma finalidade pessoal e coletiva, é a prova de que quando tomamos atitudes em prol do outro, automaticamente, e muitas vezes sem perceber, recebemos de volta o bem que fizemos.

A teoria do professor Sam Bowles pode ser demonstrada por brigas no trânsito, por exemplo, em lugares com uma concentração grande de pessoas, onde vidas se perdem pela simples falta de compreensão com as atitudes alheias. Vivemos na defensiva, temendo que os outros possam nos machucar. Mas há diversas formas de se comprovar que atitudes mais solícitas e gentis só tendem a melhorar a qualidade de vida e as relações interpessoais. Sabemos, também, que só temos a ganhar quando privilegiamos a gentileza, ao invés da brutalidade e ignorância.
A grande característica da gentileza é que ela está presente, na maioria das vezes, nas atitudes cotidianas e simples. Ouvir mais, por exemplo, ser paciente, justo e solidário, são atitudes simples, mas importantes para tornar-se uma pessoa mais próxima perante o outro. Estimular a amizade pode ser uma forma de se exercer a generosidade e a gentileza.

O que nunca devemos nos esquecer é que o poder de modificar aquilo que nos cerca está dentro de nós, a parte mais importante do trabalho acontece no interior do nosso ser, purificando nossos corações. Somente nós mesmos transformaremos nossas vidas em existências mais dignas, plenas e verdadeiras.


Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, escritor e especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos. Colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros: Viva como Você Quer Viver e A Vida é Um Milagre, Editora Gente, disponíveis em AudioLivro pela Editora Nossa Cultura. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br

Mulheres são Paralelas!


Homens gostam de se gabar que possuem 23 bilhões de neurônios enquanto a mulher possui "somente" 19 bilhões, 4 bilhões a menos. Consideram este fato, comprovado cientificamente, um sinal de superioridade. As mulheres respondem imediatamente, que não faz a menor diferença, no que elas estão absolutamente corretas.

Do ponto de vista da seleção natural, não há como a natureza selecionar mulheres "burras" e homens "inteligentes". Ambos os sexos tinham que ser igualmente espertos para fugirem dos predadores nos primórdios, na África.

Mulheres compensam esta diferença processando a informação de forma diferente. Homens pensam seqüencialmente, etapa por etapa, logicamente trilhando o caminho da racionalidade, comparando fatos com regras pré-estabelecidas. Suas conclusões dão do tipo “sim-não”, “certo-errado”.

Mulheres raciocinam em paralelo, avaliam dezenas de variáveis simultaneamente, suas conclusões são do tipo “melhor-pior” ou uma simples sensação visceral de certeza da conclusão. Por isto, dizem que as mulheres são “intuitivas”. Elas processam informação mais rapidamente, são mais abrangentes, mais holísticas. Ou seja, mulheres são paralelas, homens são seriais.

Recentemente, um estudo descobriu que as mulheres possuem 13% mais sinapses do que homens, o que compensa a diferença e muda a forma de pensar. Homens têm mais neurônios, mulheres têm mais sinapses.

Talvez seja por isto, que as mulheres conseguem cuidar de 20 coisas ao mesmo tempo. São excelentes enfermeiras, mães de 5 filhos, administradoras de equipes, administradoras de escolas, hospitais e associações, onde ninguém fica quieto um minuto. Homens adoram gerenciar planos, números e orçamentos que precisam ser obedecidos. Por serem seriais e lógicos tendem a ser arrogantes e donos da verdade, mesmo estando errados. Mulheres, por serem paralelas, sempre sofrem a incerteza da dúvida, mesmo estando certas. São inseguras sem razão. Suas conclusões são corretas, mas não seguem a lógica masculina serial.

Homens tendem a ver tudo preto ou branco, esquerda ou direita. Mulheres tendem a ver o cinza, são muito menos dogmáticas e mais conciliatórias.
Homens arriscam um tudo ou nada com enorme facilidade, mulheres tendem a procurar a opção mais segura. Numa briga de casal, homens discutem causa e efeito. Mulheres discutem sentimentos e emoções, ambos de acordo como seus cérebros processam informações.

Um dos problemas desta teoria é que não sabemos exatamente como funciona o cérebro paralelo. A maioria dos estudos neurológicos tem sido feita em cérebros de soldados mortos em combate, não em cérebros de mulheres.
Na realidade, ambos os sexos são seriais e paralelos e o que estamos sugerindo, para uma reflexão mais aprimorada por cientistas, é que talvez os homens tendem a ser mais seriais, as mulheres tendem a ser mais paralelas. Estas características, às vezes, são descritas erroneamente como cérebro direito e cérebro esquerdo. O lado do cérebro não tem nada a ver com estas diferenças.

A verdadeira explicação não é o lado, mas sim se está sendo processado pela parte do cérebro que é paralela, ou a parte que é serial.

Se esta teoria for correta, e está longe de ser aceita, explicaria porque é tão difícil a comunicação entre os sexos. Homens ficam num canto falando de dinheiro, mulheres do outro falando de emoções. Para diminuir esta distância, mulheres teriam de tentar explicar suas conclusões de forma mais serial. Homens deveriam escutar mais os sentimentos (paralelos) das mulheres e falar com analogias e cenários e não com deduções lógicas.

Na medida que o mundo se torna cada vez mais complexo, exigindo o processamento de centenas de variáveis ao mesmo tempo, aumentam as vantagens competitivas das mulheres sobre os homens. Já se falava que este milênio seria das mulheres, e hoje mais mulheres se formam em administração de empresas do que homens. Seu próximo chefe tem muita chance de ser uma mulher. Quase tivemos uma presidenta em 2002, esperem para ver 2006.

Portanto, não são as mulheres que possuem 4 bilhões de neurônios a menos, são os homens que precisam de 4 bilhões de neurônios a mais, para processarem as mesmas informações.

Lilian e Stephen Kanitz

Perdoar é desfazer a ilusão da vida perfeita




Maria Helena Matarazzo



Não se trata de esquecer a maldade alheia ou minimizar o próprio sofrimento. Para ser capaz de um perdão verdadeiro e sadio basta entender que ele traz muito mais benefícios do que o rancor. Se guardar mágoas e alimentar sentimentos de vingança permitem ilusões como a de que somos perfeitos, perdoar leva à libertação.

Todos fomos machucados na vida. Todos fomos rejeitados por um amante, traídos por um amigo, passados para trás numa promoção. Apesar de aprendermos que "perdoar é esquecer" ("o que passou, passou"), a maioria de nós acredita que as pessoas que nos feriram devem pagar pela dor que nos causaram; afinal, elas merecem ser castigadas, mesmo que inconscientemente ("nada como um dia atrás do outro" ou "um dia a pessoa vai ver o que perdeu").

Na verdade, temos muito o que aprender com essas experiências. Em primeiro lugar, perdoar não é retaliar, se vingar ou fazer o outro sofrer tanto quanto nos fez sofrer. Mas, por outro lado, perdoar não é esquecer, deixar para trás quilômetros de mágoa, toneladas de ressentimentos ou ainda fechar os olhos e deixar os "bandidos" se darem bem com as trapaças que cometeram. Quando perdoamos as pessoas que nos machucaram, não estamos dizendo que o que foi feito contra nós não teve importância ("não foi nada") ou não deixou marcas profundas (aquelas a ferro e fogo). Essas perdas foram terríveis e fizeram grande diferença em nossa vida, mas nos ensinaram muitas coisas: tanto a
não nos tornarmos vítimas novamente, como não fazermos o mesmo para terceiros.

De fato, algumas pessoas perdoam, outras não, outras estão tentando. Porém, fingir que perdoamos, ranger os dentes, engolir em seco, não é perdoar. Os terapeutas americanos Sidnei e Suzanne Simon, em seu livro Forgiveness, explicam o que significa perdoar e não perdoar. Começam dizendo que não perdoar tem certas vantagens porque nos dá algumas ilusões.

A primeira, e mais comum, é a ilusão de que, se aquele problema não tivesse acontecido, nossa vida seria perfeita. Só bastaria que as coisas tivessem sido diferentes e não tivéssemos sido machucados naquela época e pela pessoa que nos machucou; agora, estaríamos "numa boa". Mas, como aquilo aconteceu, temos a explicação ideal, a desculpa perfeita para estarmos e ficarmos na pior ( a responsabilidade da nossa infelicidade é sempre do "outro").

Em segundo lugar, não perdoar nos dá ilusão de sermos perfeitos. Os maus, os bandidos, são os que nos machucaram, e se nós os perdoarmos nunca mais poderemos dividir o mundo ao meio, todos os mocinhos de um lado e todos os bandidos de outro. Vamos ter de aceitar que as pessoas são "híbridas", potencialmente boas e más. Tanto os outros quanto nós mesmos.

Não perdoar também nos dá a ilusão de força, de poder ("agora eu controlo"). Não
perdoar ajuda a compensar a sensação de falta de poder que nós sentimos quando
fomos machucados. De fato, se trancarmos na prisão de nossa mente essas pessoas que nos machucaram, vamos nos sentir onipotentes ("agora é minha vez") pela força do nosso ódio silencioso.

E, por último, não perdoar nos dá a ilusão de que não seremos machucados outra vez. Mantendo a dor viva, os olhos bem abertos para qualquer perigo em potencial, reduzimos o risco de voltamos a sofrer rejeição, traição ou qualquer outra forma de ferimento.

Mas será que os benefícios de não perdoar valem o preço que pagamos por armazenar essas mágoas, remoer esses sentimentos e nos agarrarmos com unhas e dentes à dor do passado? Será que vale a pena continuarmos alimentando a raiva, revidando com palavras ou com silêncio e assim nunca sentirmos o verdadeiro prazer de viver?

O perdão se torna uma possibilidade quando a dor do passado para de reger nossas vidas; quando não precisarmos mais do ódio e do ressentimento como desculpas para obter menos da vida do que queremos ou merecemos. Perdoar é chegar à conclusão de que já odiamos bastante e não queremos odiar mais; portanto, perdoar é usar a energia da vida, não para reprimir esses sentimentos, mas para quebrar o ciclo da dor se voltando para o futuro e não machucando outras pessoas como fomos machucados.

Há quem diga que perdoar é escolher entre se vingar e se aproximar, entre ser vítima ou sobrevivente. Na realidade, perdoar é um processo que vem de dentro. É uma libertação. Uma aceitação. Perdoar é aceitar que a coisas ruins podem e de fato acontecem na vida das pessoas, e que as pessoas mesmo quando amam, se machucam. Perdoar é um sentimento de bem-estar, é reconhecer que existe algo melhor que queremos fazer com a energia da vida e fazê-lo.

Combata o medo de se envolver com alguém




Maria Helena Matarazzo

Não são poucos os que estão na corda bamba entre o desejo de amar e o medo de se ferir. E conseguir amar é justamente não se deixar engolir por esse medo. Desilusões, frustrações, decepções amorosas acontecem. O importante é compreende-las.

Uma busca de diversão, uma série de jogadas ao mesmo tempo tentadoras e ameaçadoras é que leva as pessoas a um número bastante grande de encontros, desencontros e reencontros. Os “namorantes” vem de muitos cantos e convergem em alguns pontos da cidade. Todos partilham as mesmas crenças, ou seja, acreditam que estão em busca de alguém que vai tornar sua vida mais rica, diferente, excitante. Buscam se encontrar para abrir novas portas. Querem dar a sua vida uma nova dimensão.

A maioria das pessoas que estão procurando um possível companheiro íntimo nunca se encontrou antes, mas, como estranhos num navio, rapidamente se abre, confessa sua ilusão, sua esperança, como também o medo e a desilusão. Todos estão em busca de amantes mas, uma vez por outra, encontram “odiantes”. Isso cria muitas dúvidas. Todos já fomos decepcionados, frustrados e rejeitados de alguma maneira, todos já fomos menos amados do que queríamos.

Na terra do desejo somos livres – “eu quero, eu posso” - , mas, quando voltamos à realidade, olhamos nossa vontade cara a cara e vemos que é limitada. Quando ocorre um encontro, todos queremos evitar sermos machucados, nos sentirmos presos numa armadilha ou sermos abandonados.

Há momentos em que temos a impressão de que a vida e as relações são uma sucessão de experiências sem significado. Saímos de uma relação para outra com necessidade de esconder os próprios sentimentos ou as próprias dúvidas.

Muitas mulheres que se transformaram em “gatas escaldadas” pelas suas perdas juram pelo fundo de sua caixa de lenços de papel nunca confiar novamente. Por outro lado, a maioria dos homens se entorpece, lacra sua decepção no copo de um bar, provando uma bebida atrás da outra até que chega uma hora em que não se sabe mais o que está bebendo nem muito menos sentindo: desilusão, raiva, irritação diante do conhecido e dos desconhecido.

Um segredo em relação às perdas é encara-las em vez de fugir delas, porque isso diminui seu poder. Antes de buscar alívio para a dor é importante compreende-la: caminhar com calma para dentro dela. Logo abaixo da superfície de qualquer dor encontram-se, com freqüência, medo ou raiva escondidos. Em vez de ficarmos sendo jogados de um lado para o outro por esses sentimentos, podemos reconhecer o que está acontecendo e tentar “pular fora”. Em outras palavras, quando podemos abrir um espaço para o sentimento e ficar na beirada, nos situamos. Ainda sentimos o calor da fogueira, mas as chamas não nos queimam mais. Se conseguimos criar algum espaço, uma “distância protetora”, não nos sentimos mais vulneráveis ou indefesos, ou seja, encaramos nosso medo ou nossa raiva sem sermos totalmente engolidos por eles.

Apesar de “pular fora” ser algo simples de explicar, nem sempre é fácil de conseguir, especialmente quando se trata de amor. Nosso amor por outra pessoa remexe nossos sentimentos, atiça fogo em nossas incertezas, em nossos medos, como também em nossos desejos.

Sempre que se apresenta uma nova possibilidade, há medo. Nós nos defrontamos com ele quando existe contato, quando nos sentimos afetados, tocados, pelo outro. Antigamente se dizia: “Amar é não sentir medo”.Entretanto, essa é uma explicação bastante simplista; amar é, mais do que tudo, não se deixar ser engolido pelo medo. A sensação é a de ficar na corda bamba entre o desejo e o temor. Balançamos de um lado para o outro. Aproximar-se de alguém inevitavelmente cria um desafio. Nós só iremos descobrir o que fazer quando tivermos a coragem de sentir e fazer uma escolha, pois o medo adverte: “Cuidado”. Mas a vida diz: “Arrisque”. Afinal, a única saída continua sendo o amor.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A Sangue frio!


Bendita seja entre as mulheres
Essa mulher que enfim...nos separou
que te dê tudo que quiseres
E seja eterno esse seu novo amor
Que todo dia ela festeje
A hora santa em que te conheceu
E toda noite ela te beije
E faça amor melhor que eu
Quando saíres muito cedo
Na mais fingida inocência
Que Deus proteja teus segredos
E dê a ela paciência
Se acaso a conta do cartão
Cobrar presentes que ela nunca viu...
Que ela encontre forças no perdão
E mate a dor...
A sangue frio
Que o tempo todo ela esteja a fim...
Não tenha olhos para mais ninguém
E que não canse de dizer que sim...
E os anjos digam sempre amém...
Contribuição:Muita Música

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ser feliz é correr riscos!


Feliz é aquele que saboreia quando come, enxerga quando olha, dorme quando deita, compreende quando reflete, aceita-se e aceita a vida como ela é.
Há quem diga que felicidade depende, antes de tudo, de bastar-se a si próprio; de não depender de ajuda, de opinião e, sobretudo, de não se deixar influenciar por ninguém.
Será mesmo? Você pode imaginar uma pessoa assim?
Lao Tzé dizia: "Grande amor, grande sofrimento; pequeno amor, pequeno sofrimento; não amor, não sofrimento".
Pode imaginar você um homem sem paixão, sem desejos? A felicidade, entendida assim, não seria apenas um engôdo, algo contra a natureza humana?
Evidentemente! Sem amor, sem paixão, que sentido teria a existência?
A felicidade é proporcional ao risco que se corre. Quem se protege contra o sofrimento, protege-se contra a felicidade.
Quem se torna invulnerável, torna sem sentido a existência.
O homem feliz aceita ser vulnerável. O homem feliz aceita depender dos outros, mesmo pondo em risco sua própria felicidade.
É a condição do amor e de todas as relações humanas, sem o que a vida não teria sentido.


Jean Onimus

Terapia do amor!




O filme Terapia do Amor conta a história de uma mulher de 37 anos que se envolve com um garotão de 23, e a coisa funciona às maravilhas, é claro, porque um homem e uma mulher a fim um do outro é sempre uma combinação explosiva, não importa a idade. Mas como em todo conto-de-fadas que se preze, há a bruxa, no caso a mãe do guri, que não gosta nadinha da idéia, mesmo sendo uma psicanalista de cabeça feita - aliás, psicanalista da própria nora, descobre ela tarde demais. Deste "triângulo" surgem as tiradas engraçadas (Meryl Streep dando show, como sempre) e também a partezinha do filme que faz pensar.

Pensei. Mas não na questão da diferença de idade, tão comum nas relações atuais. Se antes era natural homens mais velhos se relacionarem com ninfetas, agora as mulheres mais maduras (não existe mulher velha antes dos cem) se relacionam com caras mais jovens e está tudo certo, até porque eles também tiram proveito. A troco de quê gastar energia com uma garotinha cheia de inseguranças? Mais vale uma quarentona que perdeu a chatice natural de toda mulher e se tornou serena, independente, auto-confiante e bem-humorada. São mais relaxadas, garantem o próprio sustento e não perdem tempo fazendo drama à toa. Qual o homem que não vai querer uma mulher assim? Se você acha que este parágrafo foi uma defesa em causa própria e a de todo o mulherio que não tem mais 20 anos, acertou, parabéns, pegue seu prêmio na saída.

Sem brincadeira: o mais interessante do filme, a meu ver, foi mostrar que é difícil viver um relacionamento sabendo que ele vai terminar ali adiante, mas nunca será tempo perdido. Fomos todos criados para o "pra sempre", como se o objetivo de todos os casais ainda fosse o de constituir família. Quando é, convém pensar a longo prazo. Só que hoje muitas pessoas se relacionam sem nenhum outro objetivo que não seja o de estar feliz naquele exato momento, mesmo sabendo que as diferenças de religião, idade, condição social ou ideologia poderão encurtar a história (poderão, não quer dizer que irão). Há cada vez menos iludidos. Poucos são aqueles que atravessam uma vida tendo um único amor, então, vale o que está sendo vivido, o momento presente. "Dar certo" não está mais relacionado ao ponto de chegada, mas ao durante.

A personagem de Meryl Streep, depois de ter todos os chiliques normais de uma mãe que acha que o filhote está perdendo em vez de estar ganhando com a experiência, organiza melhor seus pensamentos e diz, ao final do filme, uma coisa que pode parecer fria para ouvidos mais sensíveis, mas é um convite a cair na real: "Podemos amar, aprender muito com este amor e partir pra outra". O compromisso com a eternidade é opcional e ninguém merece ser chamado de frívolo por não fazer planos de aposentar-se juntos.

Já escrevi sobre isso em outras ocasiões e sempre acham que estou descrevendo o apocalipse. Ao contrário, triste é passar a vida falando mal do casamento - estando casado - e colecionando casos extraconjugais e mentiras dolorosas. Melhor legitimar os amores mais leves, menos fóbicos, comprometidos com os sentimentos e não com as convenções. Estes serão os melhores amores, que poderão, quem sabe, até durar para sempre, o que será uma agradável surpresa, jamais uma condenação.

Martha Medeiros

Tarde demais!


Conheço uma mulher, já quase cinqüentona, que passou boa parte da sua vida apaixonada pelo primeiro namorado. Eles tiveram um romance caliente lá nos seus 18 anos, depois se separaram e cada um tomou seu rumo. Ele casou e teve filhos, ela casou e teve filhos. Nas raras vezes em que se cruzavam pelas ruas da cidade, cumprimentavam-se, perguntavam como andava a vida de um e de outro, mas nada além disso. A verdade é que ela preservou o sentimento que tinha por ele por muitos anos, mesmo sendo feliz no seu casamento. Era um amor de estimação. Até que esse amor, tão sem ressonância, tão sem retribuição, tão sem aditivos, um dia evaporou. Perdeu o prazo de validade. Expirou.

Dia desses esta mulher recebeu um telefonema. Era ele. Oi, tudo bom? Há quanto tempo? Trivialidades de quem não se fala há anos. Ela perguntou: o que você conta? Ele respondeu que estava ligando para dizer uma única coisa: eu te amo.

Corta. Não teve happy end. Ela agradeceu o telefonema, desligaram e ambos seguiram suas vidas. Conversando com ela sobre isso, senti sua felicidade e desilusão ao mesmo tempo. Felicidade, logicamente, por ter deixado marcas profundas no coração dele: nem em sonhos ela imaginou que ele também tivesse levado esse sentimento tão adiante. E a tristeza veio da falta de ressonância, mais uma vez. Por que a demora? Por que a falta de sincronia? Como teria sido se ele houvesse dito isso alguns anos antes? Agora já não adiantava.

A beleza e a tristeza da vida podem estar em situações como esta: descobrir, tarde demais, que se ama uma pessoa. Pode acontecer até com quem está ao nosso lado neste instante. Parece que é um amor morno e sem graça, e que se acabar, tanto faz, e só daqui a muitos anos descobrir que nada era mais forte e raro do que este sentimento. Tarde demais é uma expressão cruel. Tarde demais é uma hora morta. Tarde demais é longe à beça. Não é lá que devemos deixar florecer nossas descobertas.

Martha Medeiros

CANÇÃO DOS HOMENS!




Que quando chego do trabalho ela largue por um instante o que estiver fazendo
- filho, panela ou computador - e venha me dar um beijo como os de antigamente.

Que quando nos sentarmos à mesa para jantar
ela não desfie a ladainha dos seus dissabores domésticos.

E se for uma profissional, que divida comigo o tempo de comentarmos nosso dia.

Que se estou cansado demais para fazer amor,
ela não ironize nem diga que "até que durou muito" o meu desejo ou potência.

Que quando quero fazer amor ela não se recuse demasiadas vezes, nem fique impaciente ou rígida, mas cálida como foi anos atrás.

Que não tire nosso bebê dos meus braços dizendo que homem não tem jeito pra isso, ou que não sei segurar a cabecinha dele, mas me ensine docemente se eu não souber.

Que ela nunca se interponha entre mim e as crianças, mas sirva de ponte entre nós quando me distancio ou me distraio demais.

Que ela não me humilhe porque estou ficando calvo ou barrigudo, nem comente nossas intimidades com as amigas, como tantas mulheres fazem.

Que quando conto uma piada para ela ou na frente de outros, ela não faça um gesto de enfado dizendo "Essa você já me contou umas mil vezes".

Que ela consiga perceber quando estou preocupado com trabalho, e seja calmamente carinhosa, sem me pressionar para relatar tudo, nem suspeitar de que já não gosto dela.

Que quando preciso ficar um pouco quieto ela não insista o tempo todo para que eu fale ou a escute, como se silêncio fosse falta de amor.

Que quando estou com pouco dinheiro ela não me acuse de ter desperdiçado com bobagens em lugar de prover minha família.

Que quando eu saio para o trabalho de manhã ela se despeça com alegria, sabendo que mesmo de longe eu continuo pensando nela.

Que quando estou trabalhando ela não telefone a toda hora para cobrar alguma coisa que esqueci de fazer ou não tive tempo.

Que não se insinue com minha secretária ou colega para descobrir se tenho amante.

Que com ela eu também possa ter momentos de fraqueza e de ternura, me desarmar, me desnudar de alma, sem medo de ser criticado ou censurado: que ela seja minha parceira, não minha dependente nem meu juiz.

Que cuide um pouco de mim como minha mulher, mas não como se eu fosse uma criança tola e ela a mãe, a mãe onipotente, que não me transforme em filho.

Que mesmo com o tempo, os trabalhos, os sofrimentos e o peso do cotidiano, ela não perca o jeito terno e divertido que tanto me encantou quando a vi pela primeira vez.

Que eu não sinta que me tornei desinteressante ou banal para ela, como se só os filhos e as vizinhas merecessem sua atenção e alegria.

E que se erro, falho, esqueço, me distancio, me fecho demais, ou a machuco consciente ou inconscientemente,

Ela saiba me chamar de volta com aquela ternura que só nela eu descobri, e desejei que não se perdesse nunca, mas me contagiasse e me tornasse mais feliz, menos solitário, e muito mais humano.

Lya Luft