Roberto Carlos e Ivete Sangalo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Você acredita em histórias de amor?





O tempo todo, ouço pessoas, tanto homens quanto mulheres, afirmando que gostariam de viver uma autêntica história de amor. Por outro lado, também vejo, periodicamente, serem lançados filmes sobre encontros de tirar o fôlego e emocionar até os corações mais endurecidos...

Ou seja, na música, na arte, nas telonas e telinhas, por todos os lados, o amor está em pauta. E isso certamente reflete um desejo muito forte na vida da enorme maioria de nós. Mas quero convidá-lo, hoje, a refletir sobre um paradoxo. Ao mesmo tempo em que o amor está no ar, convidando, seduzindo, provocando, paira neste mesmo ar uma energia que parece oposta.

A palavra energia aqui empregada serve para dar nome a algo quase inefável. Ou melhor, que dificilmente explicamos com as palavras. Mas vou tentar. Trata-se de algo muito sutil e, ao mesmo tempo, denso. Algo que parece não fazer diferença mas, ao mesmo tempo, faz – e muita! Como se fosse uma luta interminável e silenciosa entre o sim e o não. Querer e não querer. Desejo e medo. Impulso e retração.

Fica fácil perceber essa dinâmica confusa e angustiante quando começamos a reparar que, do mesmo modo que muitos desejam a intensidade, a profundidade, a parceria e a cumplicidade, também muitos (e talvez até os mesmos), duvidam, desdenham, desacreditam, enfim, desistem, desperdiçam oportunidades...

Sim, dá para compreender que relacionar-se não é das tarefas mais simples. Pode ser mesmo que você quebre a cara. Pode ser mesmo que não dê certo, apesar de todo seu investimento. Pode ser mesmo que o outro minta, engane e use você. Pode ser que você não seja correspondido, que ame mais do que seja amado, que dê mais do que receba. Pode ser...

Mas sobre tudo isso de realmente difícil e doloroso que pode mesmo acontecer caso você se permita, se entregue e passe a acreditar de verdade em histórias de amor, tenho três importantes contrapontos a esclarecer!

1 Pode ser que não aconteça nada disso. Pode ser também que aconteça só parte disso. E, mesmo acontecendo e sendo doloroso, pode ser que seja muito bom para você. Explico: as dores e dificuldades servem para nos fazer amadurecer, crescer, aprender. Permite-nos fazer melhores escolhas da próxima vez. Faz com que nos apropriemos com mais sabedoria da felicidade e do amor. Faz com que nos sintamos partes do mundo, de verdade, atuantes, corajosos e merecedores.

2 Você nunca vai saber o que realmente pode acontecer se não tentar. Ficar supondo, delirando, tentando descobrir o que pode acontecer caso você se comporte como quem está vivendo de fato uma história de amor, não adianta nada! Somente pensar não é viver. Agir é viver. Escolher é viver. Relacionar-se é dar espaço para que o amor aconteça. Enfim, enquanto você não transformar seus medos em ferramentas para tornar sua vida mais fácil, vai continuar aí, parado, sem viver a tal história de amor ou qualquer outra história importante.

3 Por último, pode apostar: vale a pena. Vale muito a pena. Por isso, sou enfática e categórica – tente, tente de novo. Tente mais uma vez. E viva toda sua vida acreditando que é possível, sim, viver uma história de amor, com todos os ônus e bônus que isso significa! Vale a pena!

Dra. Rosana Braga

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