Roberto Carlos e Ivete Sangalo

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Esteja pronto para estar errado!


Reconhecer que não sabemos algo é talvez o passo mais importante para crescer, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal.

Muita gente diz que quer aprender, mas se recusa a aceitar a orientação de quem é mais experiente. Dizer “não sei” é difícil, e esse é um dos grandes problemas dos brasileiros. O brasileiro tem uma dificuldade imensa em admitir que não sabe algo.

Algumas pessoas me perguntam por que não conseguem se concentrar nos estudos. Digo a elas que reflitam sobre a pretensão. Muitas pessoas pensam que já sabem tudo. Por isso, quando se dispõem a estudar, não encontram motivação. É pura falta de humildade.

Reconhecer que não sabemos algo é talvez o passo mais importante para crescer. Confúcio dizia que o mar recebe a homenagem de todos os rios porque se coloca em um nível abaixo deles.

Se você não sabe algo, mas assume ares de expert no assunto, só vai continuar na sua santa ignorância — que, aliás, de santa não tem nada.

Há basicamente duas maneiras de aprender: a primeira é descobrir tudo sozinho e arcar com todas as consequências e custos. Existem coisas que a gente só aprende assim. É por isso que os mestres do Oriente dizem que há coisas que você tem de aprender, mas ninguém pode lhe ensinar — como amar o próximo ou valorizar a vida.

A segunda maneira é pedir ajuda a alguém que já sabe o que você quer aprender. Então, novas possibilidades se abrirão. Todavia, para utilizar esse caminho, precisamos saber pedir. É preciso pedir com clareza, porque ninguém é obrigado a adivinhar nossas dúvidas e descobrir o que queremos. Também é preciso ter humildade para se colocar na posição de aprendiz e ser sábio ao escolher os orientadores mais adequados.

Um livro, um bom professor, um curso, um estágio podem encurtar o caminho e facilitar bastante seu aprendizado. Muitas vezes, um especialista é capaz de multiplicar por dez seus resultados apenas com uma pequena orientação.

É fundamental não repetir os erros que muita gente já cometeu. Não desperdice esforços com pseudossoluções que já se mostraram ineficazes. Não gaste seu tempo reinventando a roda. Se for para cometer erros, pelo menos cometa erros diferentes.

O problema é que apenas uma minoria gosta de aprender. Pior: muita gente quer ensinar aquilo que não sabe. Isso costuma não funcionar muito bem.

Um dos ensinamentos que procuro passar aos meus filhos é que busquem um professor sempre que quiserem aprender algo importante. Existem cursos de informática, inglês, administração, tênis e milhões de outros para encurtar nosso caminho. Tempo é vida. E alguém que lhe transmite segredos facilita a procura.

Ao mesmo tempo, você se sente bem em relação à sua capacidade de aprender.

Se você encontrar alguém disposto a lhe ensinar algo, aproveite — e procure recompensá-lo. O tempo das pessoas é importante e precioso e alguém gastar seu tempo com você é algo muito especial. Então, não desperdice o tempo de ambos querendo ensinar seu professor, nem tentando cativá-lo pela simpatia. Ele não está lá para ser simpático ou bonzinho, mas para ajudar você a aprender o que ele sabe.

Grande abraço,

Roberto Shinyashiki.

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