Roberto Carlos e Ivete Sangalo

terça-feira, 6 de abril de 2010

Quem não se comunica, se trumbica!



Quando um casal se conhece, não para de conversar! O assunto parece que não acaba nunca! Os dois contam tudo o que lhes acontecem. Falam de passado, presente e futuro. Falam de sonhos, desejos e preferências. Mas depois de algum tempo, vão perdendo o ritmo e deixam a comunicação esfriar! Saiba o que fazer para não cair nessa armadilha!

Sábio Chacrinha! Sua célebre assertiva merece ser repetida, especialmente quando o assunto é relacionamento! Afinal, não há amor à primeira vista ou atração fatal que resista a um casal que não consegue conversar, que não consegue falar sobre si, seus desejos e planos.

Outro dia, li num jornal de grande circulação que a Madonna havia terminado seu relacionamento de cerca de um ano com o modelo brasileiro Jesus por falta de assunto. E fiquei pensando sobre o que acontece com tantos casais que, depois de algum tempo juntos, parecem que já não sabem o que dizer, como dizer ou talvez até por que dizer qualquer coisa um ao outro.

Partindo do princípio de que amor é sinônimo de intimidade e cumplicidade, creio que seja praticamente condição sine qua non que o casal troque confidências, confie um no outro a ponto de lhe contar o que aconteceu de interessante no dia, entre outros detalhes para que o laço de afeto se fortaleça e se sustente...

Porém, para que essa comunicação exista, é preciso disponibilidade de ambos. O casal precisa querer manter um vínculo que é muito mais sutil e, não raro, mais forte que aquele que se consegue dividindo a mesma cama, a mesma mesa e o mesmo teto. Isso porque costumamos entrar no “piloto automático” e simplesmente deixar a vida rolar, dia após dia, sem nos darmos conta das escolhas que fazemos a cada palavra proferida, a cada olhar e até mesmo do silêncio que se instala sorrateiramente...

Acreditamos, ingenuamente, que o fato de dormirmos e acordarmos juntos todos os dias já é suficiente para garantir o relacionamento. E assim, milhares de casais vão levando a relação por 20, 30, 50 anos. Mas a que preço? À custa de quanto vazio, quanta tristeza, quanta mágoa?

Até os casais que se entendem muito bem sexualmente podem ter problemas na hora em que começam a conversar. Diante dos temas mais banais, terminam discutindo por bobagem, discordando um do outro por questões tolas, e isso nada mais é que a revelação indireta de que algo está mal resolvido entre eles. Algo não foi dito, não foi conversado, certamente.

O fato é o seguinte: em qualquer relacionamento, mas principalmente no amoroso, comunicação é essencial! Acredite! Quem não se comunica, se trumbica de verdade! Não tem saída! Não há paliativos! É preciso investir no diálogo. E se a grande questão for “como?”, vou tentar ajudar...

Comunicação pode ser resumida de um modo muito simples, para que se comece a entender como é que a coisa funciona: um fala e o outro, nesse momento, precisa realmente escutar. Escutar com interesse, escutar com atenção, escutar com o coração aberto! E não escutar como a maioria de nós escuta, ou seja, já pensando no que vai responder, totalmente interessado em ter razão, em derrubar o argumento do outro, em provar que ele está errado.


Assim, minha gente, não há comunicação que dê resultado! Não há relacionamento que seja harmonioso! Não há conversa que acabe em conciliação e satisfação. Por mais que um pareça estar com a razão e o outro, equivocado, o final dessa dinâmica é sempre ruim. Porque a sensação que fica é de que conversar não adianta nada. De que nunca se consegue chegar a um consenso e falar, em última instância, é pura perda de tempo!

E assim, alimentando essa crença desastrosa, os casais vão se falando cada vez menos, se ouvindo cada vez menos e se sentindo cada vez mais sozinhos, mais descasados. O que antes era uma comunhão, uma parceria e uma troca, agora virou silêncio, saudade e solidão!
Se você quer mudar o rumo dessa história, sugiro que comece a ouvir. É, eu sei que você vai dizer que é o outro quem não te escuta, não te dá atenção e nunca está interessado no que você tem a dizer. Talvez seja mesmo, mas isso não importa agora!

Se você realmente deseja recuperar a motivação desse amor, disponha-se a ouvir com todo o seu ser! Pare tudo e arrisque: “eu gostaria de saber, de verdade, como você gostaria que eu agisse, o que gostaria que eu fizesse para que você se sinta mais feliz?”. E ouça a resposta! Demore ela o quanto demorar, doa o quanto doer, escute a resposta!

Certamente, virão críticas, acusações, ressentimentos passados, sujeiras serão retiradas debaixo do tapete e você sentirá vontade de se defender inúmeras vezes. Mas não faça isso! Agora não é o momento! Agora é hora de ouvir atentamente tudo o que o outro tem a dizer. Esteja interessado realmente em saber o que você tem feito, dia após dia, que o tem magoado tão profundamente. E, mais do que isso, esteja realmente disposto a fazer diferente, pelo bem dessa relação, pelo bem do amor!

Fácil? Com certeza, não! Mas é a sua única chance, caso queira fugir das velhas e conhecidas soluções-relâmpago, isto é, o que a maioria das pessoas fazem: ou fingem que nada está acontecendo e vão empurrando a relação com a barriga, conformando-se anos a fio de que casamento é assim mesmo. Ou trocam de parceiro, separam-se e se casam de novo, numa ilusão insana de que desta vez vai dar certo!

Pode até ser que dê, mas se der, eu posso apostar todas as minhas fichas de que, desta vez, houve diálogo e a comunicação foi soberana! Caso contrário, sinto em lhe informar: vai se trumbicar de novo!!!

Rosana Braga

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