quarta-feira, 31 de agosto de 2011
É questão de tempo terminar de novo!
Nada mais comum entre casais do que a experiência de atravessar uma crise e apesar das dificuldades querer descobrir meios para resgatar a relação. Saber até quando insistir ou quando desistir não é simples e nem pode ser uma escolha pautada em um aspecto apenas. Envolve tempo, reflexão, conversas, expectativas de cada um, formas de funcionamento individuais, entre outros.
Toda ruptura causa desgaste, frustração, tristeza, decepção, alívio. Para alguns a necessidade do fim pode ser clara e simples enquanto para outros pode ser difícil de enxergar, compreender e aceitar. Para uns é preciso pouco para acabar uma relação, para outros vale sempre tentar um pouco mais.
É sempre fundamental compreender o que move a escolha ou o desejo de se continuar junto de alguém. Amor? Necessidade? Carência? Comodismo? Companheirismo? Parceria? Essa parte do terreno precisa estar cuidada e limpa para garantir que a base da escolha seja forte o suficiente para lidar com as dificuldades de uma relação. Um namoro que se mantém por medo de estar sozinho por exemplo certamente não se sustentará ao esbarrar com crises e questões a serem resolvidas. Assim como reatar um namoro por se sentir carente também não manterá a solidez da relação.
Lutar, investir, apostar na relação são gestos válidos e importantes mesmo quando esta atravessa uma crise, diria que ainda mais quando se atravessa uma crise, e não é porque se encontram em dificuldade na relação que devem desistir de apostar. Entretanto também é fundamental saber o limite e até onde se deve ir. Muitos, na tentativa de reatar, se descuidam, se desvalorizam, se atropelam acreditando que assim terá o amor reconquistado. Acontece que uma relação existe em uma via de mão dupla e deve se sustentar acima de tudo em um terreno que seja saudável e enriquecedor para ambos, não se deve estar com alguém por carência ou pena.
Muitas são as causas que levam à ruptura, algumas mais graves outras nem tanto, mas independente do que seja o fato é que quando se opta pelo término um caminho de desencontros, discussões, acusações, mágoas já foi percorrido e ele não será tão facilmente esquecido ainda que o casal tente, mais adiante, reatar.
Exige uma grande maturidade, um certo desprendimento de pontos passados, capacidade de deixar o ressentimento de lado para se apostar novamente em uma relação. Algumas pessoas alcançam essa possibilidade, já para outras é uma tentativa mais sofrida. Esses seriam caminhos fundamentais para que se torne viável mais uma tentativa em se continuar junto. É normal que novas brigas e discussões que eventualmente surjam atualizem as dores ou mágoas antigas e se não houver por parte da dupla uma capacidade de conversar, se apoiar e considerar que fizeram uma nova escolha em estarem juntos, será ainda mais penoso e sofrido, porque indubitavelmente o passado será lembrado. O que vale é que apesar de lembrado ele sirva como um ponto de crescimento do casal e não como material de crítica a cada nova discussão.
Muitos casais são exitosos quando buscam a reconciliação, são pessoas com mais capacidade de reflexão, mais maduras emocionalmente e acima de tudo com o desejo e a certeza que é com esse parceiro que pretendem seguir adiante, já outros insistem em tentar por motivos errados e por dificuldade em lidar com a dor e seguir em frente. Para esses vale dizer que uma volta pode trazer uma sensação de alívio temporária mas que pode se tornar uma dor ainda maior se as falhas que levaram ao término seguirem se repetindo, trazendo ainda mais desencanto e mágoa.
Saiba sempre e reflita muito sobre as motivações que os levam a tentar de novo e avalie acima de tudo se é uma escolha saudável para a dupla. Não há necessidade de esticar a corda até ela arrebentar, a convivência, ou melhor, o tipo de convivência já deixará claro se os dois estão no mesmo sentido ou se a dupla está seguindo para caminhos opostos e pouco complementares. Por mais sofrida que seja desistir de uma relação devemos sempre lembrar que a lealdade e o cuidado devem ser maiores com nós mesmos, apenas assim teremos maior possibilidade em construirmos escolhas felizes, promissoras e saudáveis.
Juliana Amaral
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