sábado, 2 de julho de 2011
Diferença entre o amor e a paixão!
A paixão é sempre um tema polêmico e controverso. Ao mesmo tempo em que todos “querem” estar apaixonados, e querem viver a doçura de um “amor” correspondido, acabam por sofrer as consequências de um sentimento desde sempre confundido por outro muito mais puro e genuíno: o AMOR.
Paixão não é amor. Acredito que o único amor que existe é o amor fraterno. É aquele amor humano que, quando existente, pode ser expressado por qualquer um. Pai, mãe, irmãos, amigos e diante de certo desenvolvimento espiritual, até por gente com quem nos indispomos.
O que se chama de “Amor Romântico” nada mais é, no meu ponto de vista, do que outro nome para a paixão amorosa. Esta é egoísta e possessiva por natureza. No começo é rosa, no fim – e para a paixão sempre haverá um fim – é cinza. Quem nunca esteve apaixonado por alguém, e no decorrer desta paixão, sentiu pela mesma pessoa aquele ódio incontrolável, normalmente quando a pessoa não corresponde nossos anseios, ou nossas expectativas em relação ao comportamento mantido por ela.
Em minha “humilde” experiência amorosa, em épocas atrás, quando apaixonado, não raras vezes eu me via em posição de “competição” com o ser “amado”. Era uma paixão digamos… “semi-correspondida”, mas em certas ocasiões, a pessoa vivia certas experiências interessantes sem mim (sem a minha “ilustre” presença) e isso me provocava muita raiva e mágoa. E quando a situação se invertia, eu lhe contava minhas experiências, prestando sórdida atenção à reação negativa e ciumenta da parte dela. Como observou Wilde, uma pessoa bem educada jamais fere os sentimentos de outra… sem querer!
Mágoa é quando os outros não são como gostaríamos que fossem. Depois que aprendi esse pequeno e importante conceito, comecei a entender o que estava se passando. E em entendendo que a pessoa por quem eu alimentava essa paixão (ou obsessão), por seu modo de vida muito diferente do meu, jamais viria a ser como “eu esperava (queria) que fosse”, fui aos poucos “largando” a necessidade de “tê-la” comigo. E dentro deste entendimento, a agradecia mentalmente e desejava sua felicidade, onde quer que fosse. E deu que cada um tomou seu rumo.
É, o entendimento liberta. O ego, idealista, sempre achou que minha vida não seria “do jeito que tinha que ser” sem aquela menina. Mas se você dar “trela” pro seu ego, estará f. Esquece, o mundo, as pessoas, não tem de ser do jeito que você espera, ou imagina. Cada um é cada um. Mesmo que lhe prometam certo comportamento, são humanas, falhas, limitadas. A realidade é o que “é” e, ou aceitamos, entendemos e libertamos os outros de nossas expectativas egoístas, ou viveremos sob uma luta eterna contra a realidade, que não poderá jamais ser mudada a nosso bel-prazer.
Acredito que a paixão é um mecanismo da natureza para promover a procriação da espécie humana, conseguindo esta procriação com pares que de outra forma, não suportariam um ao outro.
É inegável que viver uma paixão correspondida é o paraíso na terra. Nos sentimos mais vívidos, mais animados, até mais saudáveis. Porém o importante é termos a ciência de que é algo passageiro, e que um relacionamento verdadeiro deve ser embasado sobre sentimentos profundos como respeito, amizade, amor fraterno. E não sobre entusiasmos e empolgações súbitas e passageiras.
É inevitável e natural. Você vai se apaixonar, vai intentar se apossar do ser “amado” e controlá-lo. Sentirá ciúmes e criará expectativas. Se frustrará, se magoará e vai chorar. É da vida que seja assim. Mas se tiver consciência do que está acontecendo com você, certamente saberá se conduzir com elevação e nobreza, e não submetido à instintos, irracionais e inconscientes.
Ronaud Pereira
Ronaud!com
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