Roberto Carlos e Ivete Sangalo

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Um amor!


Não estou à busca de um amor
que exista fora de mim,
que se dirija a quem quer que seja.
Não busco um amor que me possua,
que me enlouqueça,
um amor que deseja.
Busco algo bem mais simples,
mais tranqüilo, mais terreno,
busco apenas um amor que seja.
Algo que tenha muito de sereno,
de gota de orvalho na manhã que se enseja.
Busco, antes de tudo,
um amor pelo que eu sou,e,
que me amando, permita que eu me seja,
que me saiba e me aceite,
e que isso não lhe tire a paz, nem incomode.
O amor que eu busco
não está em ninguém,
também não está em lugar nenhum.
Vou construindo este amor dentro de mim,
me amando assim, confusa,
com janelas às vezes escancaradas,
luminosidade profusa...
outras vezes cheia de cantos escuros,
onde nem eu mesma sei o que há.
O amor que eu busco e estou a construir
é um amor que ninguém pode me dar.
É uma construção solitária de mim mesma,
um derrubar velhos muros, erguer novos aposentos,
abrir janelas em paredes,
portas para novos momentos,
abrir espaços exclusivos para paz e serenidade,
e por que não?
Um pouco de egoísmo,
que é como chamam aos que a si se amam,
um não viver ora no vale,
ora no abismo...
Não me interessam grandes emoções e sobressaltos,
nada quero com o amor que nos toma de assalto,
que nos põe esfacelados, catacando cacos da gente.
Nada quero com algo que me possua,
tudo que quero é um amor que me permita
ser minha própria dona, senhora.
Não quero amor de sonho, de poesia, pra voar.
Quero um amor terreno, chão, onde eu possa pisar
caminhar a passos seguros, tranqüilos.
Quero paz, quero viver com os pés na terra
sem sonhar com aquilo que nem sei se existe.
Este amor existe e eu sei onde ele está.
Dentro de mim, diante de mim, da vontade de ser
aquela que sou, sem explicar.
.
Débora Cristina Denadai

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